Casamentos entre pessoas do mesmo sexo batem recorde em 2022
Registros
sobem 19,8% em relação a 2021 e representam 1,1% do total
O
número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo realizados em cartórios de
registro civil em 2022 cresceu 19,8% em relação a 2021. Com 11 mil registros,
esse foi o número mais alto desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) impediu que cartórios se recusassem a celebrar esse tipo de união.Os
dados são das Estatísticas do Registro Civil, pulgadas nesta quarta-feira
(27), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A maioria dos casamentos de pessoas do mesmo sexo ocorreu entre
cônjuges femininos (60,2%).Apesar
do crescimento, o casamento civil de pessoas do mesmo sexo representou apenas
1,1% do total de 970 mil dos casamentos anotados no país em 2022, um aumento de
4% em relação a 2021.O
número total de casamentos no país apresentou tendência de queda de 2015 a
2020, com a menor quantidade de registros em 2020, devido à pandemia de
covid-19. Mas, mesmo com os crescimentos em 2021 e 2022, a pesquisadora do IBGE
Klívia Brayner ressalta que os números ainda não superaram a média dos cinco
anos antes da pandemia (2015 a 2019)."No
período anterior à pandemia, a gente tinha uma média de mais de 1 milhão de
casamentos. Em 2022, a gente não conseguiu atingir esse número", afirma
Klívia.O
IBGE também percebeu que tem havido aumento na idade dos cônjuges. Em 2000,
apenas 6,3% das mulheres que se casaram tinham 40 anos ou mais, percentual que
passou para 24,1% em 2022. Entre os homens, o número subiu de 10,2% para 30,4%
no mesmo período."As
mulheres estão casando [com idade] em torno de 29 anos e os homens, em torno de
31. E os casamentos em que um dos cônjuges é porciado ou viúvo já representam
30% dos casamentos civis realizados", destaca a pesquisadora.DivórciosForam
contabilizados, em 2022, 420 mil pórcios concedidos em primeira instância ou
realizados por escrituras extrajudiciais, ou seja, 8,6% a mais do que em 2021
(386,8 mil). Em média, os homens se porciaram em idades mais avançadas (44
anos) que as mulheres (41)."Os
casamentos dissolvidos com menos de dez anos de duração são 49%. O tempo médio
de duração dos casamentos ficou em torno de 13 anos", acentua Klívia. Em
2016, a média de duração era de 16 anos.Os
pórcios judiciais concedidos em primeira instância responderam por 81,1% dos
pórcios do país em 2022. A maior proporção desse tipo de dissolução do casamento,
em 2022, ocorreu entre as famílias constituídas somente com filhos com menos de
18 anos (47%).Desde
2014, por conta de mudanças na legislação, a guarda compartilhada tem crescido
como opção para a responsabilidade dos pais porciados em relação aos filhos
menores de idade. Em 2014, essa alternativa respondia por apenas 7,5% dos
casos. Em 2022, passou para 37,8% do total.As
mulheres continuam sendo as principais responsáveis pela guarda dos filhos
menores, mas em proporção cada vez menor. Eram 85,1% em 2014 e passaram a ser
50,3%.Os
homens como responsáveis dos filhos no pós-pórcio eram 5,5% em 2014,
percentual que caiu para 3,3% em 2022.Fonte: Agência Brasil